Chamados que fomos pela liderança
indígena Guajajara, ajudamos a ocupar o prédio usado pelo laboratório do
LANAGRO (Laboratório Nacional Agropecuário), criminosamente desativado pelos
governos federal e estadual. Quando nos foi dito que esta ocupação não se
tratava de unanimidade nas lideranças indígenas, dela nos retiramos pois
apoiamos a causa indígena e sua autodeterminação.
Por falar em LANAGRO, a FIST
ingressou com ação popular encabeçada pelo antropólogo e indigenista Douglas
Carraro e outros. A desocupação do edifício sede do LANAGRO implicou, de súbito,
na interrupção dos serviços de inspeção federal nos alimentos e bebidas disponíveis
no mercado, que eram fiscalizados pelo laboratório. Também os equipamentos científicos
de alto custo foram transferidos para um depósito na Rua Barão de Teffé, no
Centro do Rio, de modo que há 2 (duas) semanas toda a população do Rio de
Janeiro e do Espírito Santo está sem o laboratório que realiza os exames
indispensáveis à segurança alimentar desses dois estados.
Se, por hipótese, algum
fabricante de biscoitos entender agora de misturar asa de barata no chocolate e distribuir esses biscoitos baratos à população, não haverá como
fazer um controle pronto e imediato capaz de detectar as partículas de insetos
na comida e muita gente acabará comendo alimentos impróprios para consumo
humano, ou mesmo animal.
Vale lembrar que o VII Congresso
da FIST, realizado na Aldeia Maracanã, antigo Museu do Índio, que englobou o
prédio do Ministério da Agricultura, usado pelo LANAGRO-RJ, também muito
contribuiu para barrar o despejo das 30 etnias que ocupam a Aldeia Maracanã.